La boîte à pensées: Festival Varilux de Cinema francês

Acabo de voltar de uma maratona cinematográfica. Fiquei sabendo por uma amiga do Festival Varilux de Cinema Francês e aproveitei esse fim de semana que estou husbandless para fazer um exercício de imersão. Foram 4 filmes em um dia. E foi bom demais. Este festival começou em 15 de agosto e vai até dia 23, com duas apresentações para cada filme em dias e horários diferenciados. Escolhi sábado por dois filmes: Titeuf, um filme de Zep, quadrinista pra lá de famoso por lá, e adorado pelos colegas de profissão; e Intouchables, filme de Olivier Nakache e Eric Toledano que é simplesmente o filme mais visto do ano lá na França.

Mas Titeuf começava às 13:30 e Intouchables às 21:35. O shopping onde o festival está alocado não fica lá muito perto de casa, e, vá lá, não sou muito fã de passear em shoppings de toda maneira. Resolvi ver mais filmes, sem saber deles absolutamente nada (nem mesmo o nome, a princípio).

Normalmente, quando falo que gosto de filmes franceses, recebo aquele olhar esquisito. Como se o filme francês fosse algo hermético, cult demais para as pessoas normais que gostam de Blockbusters hollywoodianos. Quando não é isso, falam do único filme que lembram. Amélie Poulain. Não me entendam mal, eu adoro Le fabuleux destin de Amélie Poulain e há realmente filmes franceses herméticos e de difícil compreensão. Mas não se resume  a isso, assim como os filmes brasileiros não se resumem em Tropa de Elite ou pornochanchadas.Por isso acho que os organizadores do evento foram bastante felizes ao escolher a grade de programação para este festival.

Tem um pouco de tudo, comédia, romance, desenho animado, drama. Os temas variam também, falam de amizade, relacionamentos, política, problemas financeiros,  filhos entre tantos outros temas. Este sábado, por exemplo, foi praticamente todo tomado pela comédia. Comecemos pelo garotinho Titeuf. Um garotinho imaginativo, com seus amigos de escola, no início daquela fase em que as meninas deixam de ser o inimigo. E a paixãozinha de Titeuf é Nadia. Mas ele não é convidado para seu aniversário. Para completar, seus pais pensam em se separar. Com um traço único, Zep nos entrega uma história comovente e engraçada, com diálogos inteligentes e hilários.

A sessão seguinte foi Une vie meilleurede Cédric Kahn. Com Guilaume Canet, fala da tentativa que um casal faz de abrir um restaurante, e da ciranda financeira que os leva ao desespero por pagar as contas. Fala também da relação entre padrasto e enteado, no momento em que a mulher parte para o Canadá tentar resolver o problema do dinheiro. É triste, difícil, com a história recortada de uma maneira incomum para mim. Pode até não ser a melhor porta de entrada para o cinema francês, mas é uma excelente opção para quem já entrou.

Na sequência, veio Un hereux événementuma comédia bastante interessante sobre ter filhos. O humor é sutil, baseado em situações chave de uma primeira gravidez. Não sou mãe, mas reconheci algumas das minhas amigas que o são em Barbara. Suas reclamações, sua alegria, seus problemas. A vedete do dia, no entanto, foi mesmo o último filme. Seja por eu já estar curiosa pela história, ou pela atuação fantástica de François Cluzet como tetraplégico e de Omar Sy como seu assistente, Intouchables é um filme que merece a sua atenção. Ele diverte, cativa, enternece. É de rir às gargalhadas, e a sala de cinema gargalhava em uníssono. É também de chorar de emoção. É, afinal, para sair da sessão com um sorriso no rosto. Foi uma experiência deliciosa, passar um dia imersa nas novidades do cinema francês  (lembrando que são novidades por aqui…nem tanto por lá), rindo, chorando e me emocionando com essas quatro histórias tão diferentes entre si, e tão próximas. Um programa de índio mais do que aconselhado.

Sobre Clarisse

Uma menina com histórias pra contar...
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5 respostas para La boîte à pensées: Festival Varilux de Cinema francês

  1. JLM disse:

    intocáveis é uma das gratas surpresas deste ano. já vi 4x e ñ me canso d revê-lo com os amigos.

  2. Isabela disse:

    Oi, Kika! Muito legal ver sua disposição em passar um dia inteiro vendo filmes no cinema.
    Quando faço isso nunca encontro uma companhia que tope a maratona de ponta a ponta 🙂
    A boa notícia é que o Festival terá repescagem em São Paulo e no Rio. Abs

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